A artrodese de coluna é um procedimento cirúrgico complexo que tem como objetivo estabilizar e aliviar a dor em segmentos específicos da coluna vertebral, mediante a fusão de duas ou mais vértebras.
Esta intervenção é frequentemente recomendada após o fracasso de tratamentos conservadores para condições como hérnia de disco, deformidades da coluna (como escoliose ou cifose), instabilidade vertebral, dor crônica insuportável ou lesões.
Embora a cirurgia ofereça a perspectiva de uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, ela não está isenta de riscos e pode levar a diversas complicações.
Neste artigo vou mostrar as principais complicações pós-operatórias da artrodese de coluna, proporcionando uma visão abrangente para pacientes e profissionais da saúde sobre o que esperar e como gerir potenciais desafios no período de recuperação.
Boa leitura!
Também conhecida como fusão vertebral, essa é uma cirurgia que visa proporcionar estabilidade à coluna vertebral, unindo permanentemente duas ou mais vértebras.
Esse processo envolve a remoção do disco intervertebral (quando necessário), o uso de enxertos ósseos e, em muitos casos, de implantes metálicos (como parafusos e placas) para facilitar a fusão óssea e estabilizar a coluna.
Este procedimento é indicado para tratar uma variedade de condições que causam dor e instabilidade na coluna, incluindo:
O objetivo dessa cirurgia é reduzir a dor e melhorar a função, impedindo o movimento entre as vértebras afetadas, que é a fonte da dor.
A cirurgia pode ser realizada em diferentes partes da coluna: cervical (pescoço), torácica (meio das costas), ou lombar (parte inferior das costas), e a abordagem cirúrgica varia conforme a localização e a condição específica a ser tratada.
Apesar de seus benefícios, essa cirurgia é uma grande intervenção que exige consideração cuidadosa e discussão entre o paciente e o cirurgião sobre os potenciais benefícios e riscos. E abaixo vou falar sobre algumas possíveis complicações.
As principais complicações que podem surgir, incluem:
A falha dos implantes após a cirurgia é uma complicação que pode ocorrer devido a diversos fatores, como quebra, migração ou soltura do material implantado.
Esses problemas podem surgir por carga excessiva, osteoporose, posicionamento incorreto durante a cirurgia, ou simplesmente pelo desgaste ao longo do tempo.
A falha dos implantes pode levar a dor, instabilidade na coluna e a necessidade de uma nova intervenção cirúrgica para corrigir ou substituir os implantes.
Durante a artrodese de coluna, pode ocorrer lesão dural, uma complicação em que a meninge (membrana que envolve a medula espinhal e nervos) é danificada, levando ao vazamento de líquor (fluido que banha o cérebro e medula espinhal).
Isso resulta em uma fístula liquórica, que pode manifestar-se através de dor de cabeça, náuseas e vazamento de líquido pela ferida cirúrgica.
O tratamento pode incluir repouso, medidas para diminuir a produção de líquor ou até uma nova intervenção cirúrgica para reparar a meninge.
A recidiva refere-se ao reaparecimento da condição original que levou à necessidade da artrodese, como a dor ou a deformidade vertebral, após um período de melhora.
Isso pode ocorrer devido a diversos fatores, incluindo a progressão da doença em outras áreas da coluna não tratadas inicialmente.
A incidência de recidiva é variável, dependendo do tipo de cirurgia realizada e da condição tratada, sendo necessária uma avaliação cuidadosa para determinar a melhor abordagem terapêutica subsequente.
Em alguns casos, os sintomas que levaram à realização da artrodese de coluna podem persistir após a cirurgia.
Essa persistência pode ocorrer por várias razões, incluindo cirurgia mal sucedida, onde a fonte da dor não foi adequadamente tratada, ou lesões definitivas que não respondem ao procedimento cirúrgico.
A persistência dos sintomas requer uma avaliação detalhada para identificar a causa e determinar o tratamento apropriado.
A trombose venosa é um risco após qualquer cirurgia, incluindo a artrodese de coluna, especialmente devido à imobilização pós-operatória.
Esta condição envolve a formação de coágulos sanguíneos nas veias, geralmente nos membros inferiores, que podem causar dor, inchaço e vermelhidão.
Em casos graves, um coágulo pode se deslocar para os pulmões, causando uma embolia pulmonar, uma situação potencialmente fatal. Fatores de risco incluem idade avançada, tabagismo, obesidade, entre outros.
A falha de cicatrização da ferida operatória é outra possível complicação, podendo ser influenciada por fatores como tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, e cuidados precários com a ferida.
Problemas na cicatrização podem aumentar o risco de infecção e prolongar o período de recuperação, necessitando de atenção médica para manejo apropriado.
Lesões devido ao mau posicionamento e preparação do paciente durante a cirurgia de artrodese de coluna podem incluir lesões oculares, de pele, e bucais.
Estas complicações resultam da pressão prolongada em certas áreas do corpo ou da intubação, e destacam a importância de uma técnica cirúrgica cuidadosa e monitoramento intra-operatório adequado.
Conforme vimos, a artrodese de coluna é uma intervenção cirúrgica significativa com o potencial de melhorar drasticamente a qualidade de vida de pacientes que sofrem de condições dolorosas e incapacitantes da coluna vertebral.
No entanto, como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos e potenciais complicações, sendo que as abordadas neste artigo são algumas das principais preocupações que pacientes e médicos devem estar cientes.
Por isso, é crucial que os pacientes estejam bem informados sobre esses riscos e discutam abertamente com um neurocirurgião especialista em coluna as expectativas e preocupações antes de optar pela cirurgia.
E eu, Dr. Victor Emmanuel, neurocirurgião da coluna lombar, me coloco à disposição para entender o seu caso, e avaliar se a artrodese de coluna é a mais indicada para você. Entre em contato comigo e saiba mais!